Cada mulher se identifica com um tipo de homem. Algumas preferem os mais independentes, que têm vida própria e sabem respeitar o espaço da parceira.
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Porém, um estudo realizado pela Universidade de Iowa (EUA), constatou que o companheirismo excessivo - como dar conselhos que o outro não pediu - pode ser mais nocivo para o casamento do que um parceiro indiferente. Ainda de acordo com o levantamento, quando uma pessoa cuida demais da gente, o nosso senso de individualidade desaparece!
A pesquisa realizada com 103 maridos e esposas descobriu que os homens ficam mais felizes quando recebem o tipo certo de suporte, enquanto as mulheres gostam de receber conselhos apenas quando pedem por eles. Erika Lawrence, professora associada de Psicologia da faculdade de UI, conta que muitos casais acham que um deve ler a mente do outro e saber exatamente como oferecer ajuda, o que é errado. "Os parceiros mais felizes são aqueles que aprendem a dizer: ‘Isto é o que eu estou sentindo e é assim que você pode me ajudar’", explica.
A professora afirma que o marido nunca deve "largar de mão" quando não souber o que fazer. "Eles precisam continuar tentando, pois descobrimos que as mulheres apreciam o esforço". Ao mesmo tempo, ambas as partes devem avisar quando precisar de suporte e se o outro já estiver ajudando, deve ensinar a direcioná-la. "Não suponha que você sabe o que fazer. Depois, fale sobre o que deu certo e errado, para fazer os ajustes". E descreve. "Há um mito de que os homens só querem ser deixados sozinhos e as mulheres querem ser realizadas e ouvidas. Na realidade, os homens querem diferentes tipos de suporte, e as mulheres querem diferentes tipos de apoio".
Erika conta ainda que quando não se consegue apoio suficiente do parceiro, é possível recorrer aos amigos ou familiares, o que é bastante comum entre as mulheres. "Mas se você recebe apoio demais, existem poucas chances de modificar a situação". O diretor do Instituto Paulista de Sexualidade e psicoterapeuta sexual, Oswaldo Martins Rodrigues Jr., é da mesma opinião. Ele afirma que quando o casamento acontece, é sinal de que a mulher já estava ciente dessa característica apresentada pelo companheiro. "Assim será um árduo trabalho refazer a relação excluindo este comportamento grudento. E nem sempre o resultado será satisfatório".
Neste caso, ambos precisariam aprender a desenvolver um novo mecanismo de convivência que permita satisfazer seus anseios individuais. "Cada parte da relação precisará reconhecer suas próprias necessidades pessoais para poder expor ao outro. Isto implica em melhorar a comunicação verbal e emocional, o que nem sempre os casais aprenderam ou pretendem desenvolver. Apenas dessa forma não se magoa o outro quando a intenção é de melhorar o casal", alerta o psicoterapeuta.
Dr. Oswaldo conta ainda que o homem taxado de grudento tem sim seus benefícios. Um deles é proporcionar confiança plena e constante para a relação. "Além disso, o casal divide as atividades de modo complementar e aprende a se comunicar de modo eficaz".
Por outro lado, um relacionamento grudento pode produzir casais mutuamente dependentes num grau tão elevado que quando o outro deixa de existir, ambos individualmente também passam a não existir. "Podemos observar algo semelhante em alguns casais mais idosos que conviveram por muitas décadas. A afinidade intensa deste companheirismo e como um confia no que o outro fará em cada momento do dia traz segurança especial. Quando um dos dois falece, em pouco tempo vemos o outro falecer, tendo desistido da vida sem o companheiro", lembra o especialista.
Por conta disso, somente as pessoas que sabem administrar este tipo de relacionamento é que poderão tirar proveitos deste grude. "São pessoas que se agradam por ter alguém por perto sempre, e que conseguem produzir momentos de individualidade, quando a chamada pessoa grudenta também terá seu momento", conta Dr. Oswaldo. "As mulheres mais modernas, independentes, terão dificuldades de aceitar positivamente este tipo de homem se ele, de fato, ficar o tempo todo ao seu redor".
Estar junto é importante para conhecer o outro, fomentar afinidade, mas em nenhum momento as partes devem se esquecer de que possuem vida própria. "Cada pessoa descobre e desenvolve atividades que as faça se identificar como indivíduos diferenciados", conta Dr. Oswaldo. E exemplifica: "Alguns homens jogam futebol uma vez por semana, colecionam moedas ou selos ou preferem ler, isolados e fazer remendos na casa. Já as mulheres querem passar algumas horas no cabeleireiro, fazer as unhas e andar no shopping."
De qualquer forma isto não é uma regra. Podem existir sim casais grudentos e grudados de modo a produzir felicidade. "O mais importante é aprender a se comunicar consigo mesmo e com o outro, pois assim pode-se administrar diferenças e possíveis mudanças necessárias durante a vida", finaliza Dr. Oswaldo.
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