E nas ruas verificamos que não é diferente.
terça-feira, 19 de abril de 2011
A moda bem comportada se adapta na mulher brasileira
Resgate de estilos do passado, opção pelo conforto, um maior cuidado na adequação aos ambientes de trabalho e entendimento amadurecido de como se deve vestir a cada faixa etária, determinam menos áreas expostas do corpo, acenando com uma moda que, até pouco tempo, parecia destinada a outra mulher, que não a brasileira. A moda internacional naturalmente, também pesa nesta orientação.
Por trás dessa nova confirmação da moda nacional, que naturalmente comporta vários estilos e muitas exceções, mas que é fácil de perceber, existem estes e mais outros fatores. E 2 deles são especialmente marcantes. Em 1º lugar, está o amadurecimento da consumidora brasileira no que diz respeito às suas próprias escolhas, adequadas ao seu corpo e faixa etária, alimentado pelo acesso à informação e à cultura de moda. Nesta vertente, temos a ascensão do conforto como elemento definidor de estética, uma discrição calculada na roupa destinada aos ambientes de trabalho e maior cuidado com a questão da aparência. Em 2º, está a onda conservadora, que tomou conta da moda global nas últimas estações, protagonizando o retrô como fonte de referência. Com os anos 1950 de Dior e outros no topo da parada, as formas voltaram a um padrão do passado, com medidas bem comportadas no vestuário, bolsas menores levadas no braço, peep toes e scarpins arredondados e pérolas usadas mesmo por garotas que nem chegaram aos 20.
Vestidos pudicos, conjuntos certinhos de saia e camisa, ou de saia e blusa romântica, desfilados nas semanas de moda brasileira, acusam esta tendência de maneira contundente.
O comprimento conservador, as formas discretas e o corpo coberto são elementos presentes em coleções de perfil normalmente muito diferentes entre si. Eles igualam públicos tão distintos, como o que consome Herchcovitch, Reinaldo Lourenço e Triton. A questão não é saber se a brasileira vai comprar estas ideias. Isso ela já fez, de algumas formas, nas últimas estações. Interessante mesmo é especular em que medidas ela vai usá-las e de que maneiras vai transformá-las. Também interessa entender por quais transformações passa a moda nacional, além daquelas ditadas pelos modismos da estação.
Famosas e com grande visibilidade na mídia, algumas musas nacionais encarnam o mito da brasileira sensual e exuberante na vida pública, usando shortinhos sumários, pouquíssima metragem de tecidos e comprimentos reveladores.
Fora dos palcos e longes das câmaras, a opção pelo conforto, os ambientes corporativos e a faixa etária são fatores que condicionam um tipo de elegância discreta e bem comportada, de padrão globalizado, sem reforçar a individualidade ou explorar as formas do corpo de forma ostensiva.
Mesmo o guarda-roupa jovem e casual da brasileira incorporou proporções contidas e conjuntos bem compostos. Tudo isso, reforçado pela correção na escolha das bolsas e acessórios, são fatores que afastam a nova mulher brasileira do clichê da sensualidade exacerbada, que era levado a toda situação e à qualquer hora do dia.
Mesmo nos comprimentos curtos, elementos retrôs, cortes evasê e godê e a ausência de pele exposta determinam as propostas.
Mas não é preciso ficar no passado para detectar que cobrir o corpo é uma tendência forte na moda nacional. Estes são looks da British Colony, desfilados no Rio.
Austeridade cromática e na modelagem no desfile da marca Filhas de Gaia.
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